Em ocasião do Dia Internacional da Mulher, a deputada federal Luiza Erundina parabenizou as mulheres e agradeceu as homenagens recebidas. No entanto, ela considerou importante ressaltar que esta é uma data de luta. No ano passado, dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) apresentam um panorama da violência contra as mulheres no Brasil. De acordo com o levantamento feito por meio do Disque 180, 38,72% das mulheres em situação de violência sofrem agressões diariamente. Para 33,86%, a agressão é semanal. Esses números significam uma realidade alarmante: a cada cinco minutos uma mulher é agredida no Brasil.
Os números da violência contra a mulher correspondem ainda à abusos não físicos, como violência patrimonial e violência moral, em cerca de 7,33% dos casos. Em 67,36% dos relatos, as violências foram cometidas por homens com quem as vítimas tinham ou já tiveram algum vínculo afetivo. Do total de 63 mil denúncias de violência contra a mulher, mais de 31 mil corresponderam a violência física (49,82%) – mais de 19 mil casos de violência foram de ordem psicológica (30,40%),
O feminicídio é ainda mais assombroso: dos 4.762 homicídios de mulheres registrados em 2013, mais 50% foram cometidos por familiares, sendo a maioria desses crimes (33,2%) cometidos por parceiros ou ex-parceiros.
Mulheres Negras
Entre as mulheres negras, a situação piora. No último ano, as mortes de mulheres negras dispararam, o que é atribuído à invisibilização delas e à falta de atenção nas periferias. De acordo com o Mapa da Violência 2015, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Estudos Sociais, o número de mulheres negras mortas cresceu 54% em 10 anos (de 2003 a 2013), enquanto o número de mulheres brancas assassinadas caiu 10% no mesmo período.