O agravamento da crise da segurança pública no Brasil e, especialmente, no Rio de Janeiro decorre, em parte, da crise de autoridade dos governantes do país e daquele Estado. Isso ficou evidente durante o Carnaval, quando a violência nas ruas aumentou, acompanhada por uma polícia desarticulada e ineficiente. Registre-se também a total ausência dos governantes no palco dos acontecimentos.
Durante os desfiles houve uma explosão de indignação e revolta contra as principais figuras do mundo da política, como o Presidente ilegítimo Michel Temer, o Governador Luiz Fernando Pezão e o Prefeito Marcelo Crivella, os dois últimos estavam fora do Estado e da cidade, “governando à distância”, conforme eles mesmos declararam.
A resposta imediata do Presidente Temer às manifestações populares de insatisfação, veio com o Decreto que determinou intervenção militar na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, e a designação de um general do alto comando do Exército como interventor.
Por mais que o Presidente e seus Ministros tentem justificar a extrema medida de força, e vesti-las com uma roupagem de constitucionalidade, não conseguem esconder suas reais motivações políticas. Não é outra sua intenção que a de desculpar-se diante dos donos do mercado pela não aprovação da contra-Reforma da Previdência.
Desmascarada a manobra, vamos votar NÃO ao Decreto e chamar a cidadania brasileira a repudiar a força bruta como pretensa solução para a crise da segurança pública, e ajudar a criar as condições políticas necessárias à sua real solução que supõe, inclusive, a construção de uma cultura de paz.
Luiza Erundina de Sousa