Desde a última terça-feira, 10 de novembro, os funcionários e funcionárias da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) estão em greve reivindicando o reajuste dos seus salários pelo IPCA e um ganho real igual para todos de R$ 450,00 e denunciando ocorrências de assédio moral, distorções salariais e regalias por parte da direção. A Empresa oferece 3,5% para 2015 e igual índice para 2016, sob a justificativa do momento econômico delicado… Não é preciso grande esforço para perceber que esta proposta levará a uma depreciação salarial significativa no período, uma vez que a inflação anda na casa dos 9% ao ano.

A deputada Luiza Erundina manifesta publicamente seu apoio ao movimento grevista e se solidariza com os trabalhadores, pois considera justas suas reivindicações, ao tempo em que apela ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que inicie negociações com os funcionários. Mais uma vez, é preciso deixar claro que, em momentos de crise, não são os trabalhadores da EBC que devem pagar a conta, mas, sim, os altos executivos e cargos comissionados com supersalários, benefícios e privilégios que devem dar sua cota de sacrifício.

Com quase dois mil funcionários, a EBC é uma empresa pública federal, ligada à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, e responsável pela TV Brasil, Agência Brasil, Portal EBC, Radioagência Nacional e oito rádios públicas, como Rádio Nacional do Rio de Janeiro, Radio Nacional de Brasília e rádios MEC AM e FM, além do canal de televisão NBr e do programa Voz do Brasil. Essa estrutura de comunicação demonstra a importância da EBC, especialmente pelo que representa na comunicação pública.

As emissoras públicas de comunicação, ao contrário das privadas (Globo, Record, Bandeirantes etc) não se orientam pelos interesses do mercado, não têm o lucro como objetivo e, por isso, têm maior compromisso com a qualidade dos serviços prestados e não apenas com os índices de audiência; elas também são independentes dos interesses políticos do governo ou da oposição, o que é muito importante para a credibilidade dos seus programas jornalísticos.

Para assegurar esses valores, é necessário que a EBC tenha um corpo de funcionários qualificados e bem remunerados. E, como empresa pública, a EBC precisa de maior transparência e controle de gestão para que se torne uma empresa cada vez mais forte e capaz de resistir àqueles que se sentem incomodados com uma Comunicação de qualidade e independente do poder econômico.

A EBC não cumprirá sua relevante missão democrática se não valorizar os funcionários que têm se sacrificado para garantir a qualidade da sua programação.

Por tudo isso, nosso integral apoio à greve dos trabalhadores (as) da EBC.

Luiza Erundina de Sousa